Anteriormente aqui no blog falamos sobre as vantagens de trabalhar na Europa e também tratamos da imigração com a família. Todavia, de uma forma mais geral, quais seriam as vantagens de sair do Brasil e vir viver no velho mundo?
Entre os motivos principais da emigração estão: segurança, salário, custo de vida e a mobilidade urbana. A União Europeia é um conjunto de culturas e situações muito diversas entre si, porém, nenhuma delas (mesmo a Grécia – país economicamente quebrado) apresenta quadros tão alarmantes quando o Brasil, que, por exemplo, tem 21 cidades dentro do ranking das 50 cidades mais violentas do mundo.
Segundo dados de 2016 da ONG mexicana Conselho Cidadão pela Seguridade Social Pública e Justiça Penal. Além, claro(!), da situação político-econômica do país, que, mesmo que a União Europeia viva seu momento de vacas magras, as inflações não passam a sensação de que o custo de vida aumentou – diferentemente do Brasil, em que a sensação é de que o salário mínimo não acompanha o aumento dos preços.
Portanto, desconsiderando um pouco o fator família e cultura (já tratados em matéria anterior), uma vez que esses são sentimentos pessoais que cabe a cada um avaliar consigo próprio o peso deles numa mudança de país, abaixo, elencamos as vantagens mais significativas na decisão de sair do Brasil e vir viver na UE.
Conheça as 4 maiores vantagens de emigrar para a Europa
Segurança
Quem não tem uma história envolvendo assaltos, armas, sequestros e mortes? Infelizmente essa é a realidade do brasileiro.
Quem não foi ainda assaltado tem alguém próximo que foi. Sendo assim, cria-se no Brasil a cultura da superproteção, na qual quem é sensato e ama a própria vida não usa o celular em público, também não sai com artigos caros (relógios, anéis etc) pelas ruas, pois possivelmente será assaltado e colocará a própria vida em risco – perdida pelo preço de um relógio, de um smartphone ou de um anel.
Assim como em todos os cantos do mundo, na Europa também existe violência e criminalidade, porém, no velho mundo, ela é praticada de forma menor e menos perceptível. Na Europa se pode mexer no celular pelas ruas, pode-se abrir um notebook dentro do transporte público, pode-se usar artigos de preço elevado (“de marca”) sem que alguém lhe encoste uma arma a fim de lhe subtrair o artigo.
A violência na Europa ainda é relacionada à máfia e à briga de gangues nas grandes cidades. E os pequenos casos que acontecem envolvendo homofobia, transfobia, xenofobia, antissemitismo são esporádicos e não representam um medo geral ou qualquer sensação de insegurança pelas ruas.
A impressão ainda é a de respeito mútuo, diferentemente do Brasil (em que uma mulher é estuprada a cada 11 minutos, muitas vezes sem qualquer atenção da polícia ou da mídia).
Normalmente os estados-membros da UE não deixam os casos de violência serem esquecidos facilmente. É normal encontrar em jornais matérias de resgate de casos de violência que, depois de algum tempo, não houve resolução – forçando, assim, que os órgãos de segurança se movam para dar respostas à população.
No que tange as ameaças de terrorismo, por exemplo o ataque a bomba em Bruxelas ou os ataques em Paris, não há a sensação de insegurança, todos levam suas vidas sem o medo do terror, pois se ele acontecer será surpresa e, acerca disso, um cidadão normal pode fazer nada além de pequenas ações, como: preferir não frequentar multidões em locais públicos em que chefes de estados estejam participando, entretanto, para todos os outros ambientes, não há com o que se preocupar excessivamente.
Veja também:
- Como se tornar um cidadão italiano
- Custo x benefício da cidadania italiana
- Passo a passo para tirar a cidadania italiana
Salário X Custo de vida
Uma das grandes curiosidades de quem pensa em emigrar para Europa são os grandes salários pagos em euros.
Contudo, antes de enchermos os olhos com as cifras, devemos pô-los numa balança com o “custo de vida”.
Por exemplo, segundo o site português E-Konomista, o maior salário mínimo da Europa é pago em Luxemburgo, onde a cifra média atinge o valor de 1922,96 euros. Seguido da Bélgica: €1559,38; Reino Unido: 1509,30; Holanda: €1501,80; Irlanda: €1499,33; Alemanha: 1473,33; e França: €1457,52.
Apesar de ter a vantagem da língua portuguesa, na lanterninha dos salários europeus aparece Portugal, que paga o salário mínimo de 505 euros (mais baixo que o da Grécia: €684), criando a reclamação interna de que não se pode fechar as contas do mês com um único salário, obrigando os cidadãos e os imigrantes a trabalharem dobrado para não entrarem no vermelho.
Curiosamente se deve notar que, para quem tem uma dieta rica em frutas tropicais e carnes, a feira deve ser reestruturada aqui na Europa, pois, ambos artigos tentem a ser importados, causando o significativo aumento de preço em relação aos seus preços no Brasil (que é produtor/exportador desses produtos).
Mobilidade urbana e viagens
Diferentemente do Brasil, que historicamente escolheu pelo rodoviarismo – privilegiando aberturas de rodovias ao invés de ampliação de ferrovias – a Europa fez a escolha inversa e preferiu por expandir os trilhos, privilegiando uma opção de transporte menos poluente, bem mais rápida e sem congestionamentos.
Quando se fala em viajar dentro da Europa a primeira alternativa a vir em mente é: “o trem”.
Além disso, os trens não só servem para as viagens de longas distâncias. Todos os dias os trens carregam os trabalhadores e turistas que percorrem pequenas distâncias com conforto e garantia de não pegar trânsito.
Outras duas opções incentivadas na Europa são os ônibus, que muitas vezes contam com faixa exclusiva para que não fiquem presos em engarrafamentos causados por carros, e as bicicletas, que também contam com algumas ciclovias que facilitam o ir e vir de trabalhadores, estudantes e turistas.
Em especial, na Holanda, a bicicleta é o meio de transporte priorizado pela população e pelo Estado. O país conta com 35 mil quilômetros de ciclovias, e 1 milhão de bicicletas a mais do que o seu número total de habitantes (17 milhões), sendo cerca de 18 milhões de bicicletas.
As “magrelas” também são incentivadas em pequenas e grandes cidades europeias, pois representam um meio de transporte não poluente e saudável.
A sensação de paz
Por fim, num sentido geral que não pode ser calculado em números e dados, a Europa serve ao seu cidadão e ao imigrante a sensação de paz que não existe no Brasil.
É normal que, nos primeiros meses após a chegada na UE, o brasileiro imigrante fique no “modo alerta 24h”, porém, com o passar do tempo, esse “medo natural” de quem viveu numa cidade grande brasileira vai se dissolvendo e a sensação de respeito e segurança pelas ruas ficam em evidência.
Essa percepção de poder trabalhar, passear, construir família e criar filhos sem que a sua vida seja subtraída por causa de um celular é algo imensurável que muitos buscam quando decidem vir para a Europa. A sensação de paz é, sem sombra de dúvidas, a maior vantagem de emigrar para a Europa.